Os dálmatas são adorados por sua pelagem branca com manchas marcantes, mas esses cães incríveis apresentam uma predisposição genética à surdez muito maior do que outras raças. Compreender por que dálmatas são surdos e como essa condição os afeta é fundamental tanto para tutores atuais quanto para aqueles que consideram adotar essa raça, além de ser importante para todos interessados nos desafios de saúde do dálmata.
Estatísticas apontam que entre 15% e 30% dos dálmatas no mundo apresentam algum grau de perda auditiva, tornando essa condição uma das maiores preocupações de saúde para a raça. Essa incidência é consideravelmente superior à média observada em outras raças de cães, exigindo atenção redobrada quanto às causas da surdez em dálmatas e seus impactos para o manejo e a criação desses animais.
O Elo Genético Entre as Manchas e a Surdez
A principal razão para a predisposição genética à surdez em dálmatas está diretamente ligada à genética, especialmente ao chamado gene piebald extremo, responsável pela pelagem branca com manchas. Este gene afeta mais do que a aparência — ele interfere também no desenvolvimento de células essenciais na orelha interna, fundamentais para a audição normal.
O mesmo mecanismo genético que provoca o padrão manchado e exclusivo pode prejudicar a formação dos melanócitos (células produtoras de pigmento) dentro do ouvido interno. Essas células são indispensáveis para o suprimento sanguíneo da cóclea e, consequentemente, para o funcionamento adequado da audição.
Tipos de Surdez em Dálmatas
A surdez em cães dálmata pode se manifestar de duas formas distintas:
- Surdez bilateral (afeta ambos os ouvidos) – ocorre em cerca de 5-8% dos dálmatas
- Surdez unilateral (afeta apenas um ouvido) – atinge de 13% a 22% da raça
Curiosamente, a surdez congênita em cães dálmata não está presente logo ao nascer, mas se desenvolve nas primeiras semanas de vida do filhote. Por isso, é fundamental realizar o teste BAER em dálmatas precocemente, tanto para criadores quanto para futuros tutores, permitindo identificar a diferença entre surdez unilateral e bilateral.
Fatores de Risco e Prevenção de Surdez em Dálmatas
Diversos fatores contribuem para aumentar o risco de surdez hereditária em dálmatas:
- Olhos azuis (dálmata olhos azuis e surdez estão altamente associados)
- Ausência de manchas coloridas grandes na pelagem
- Histórico auditivo dos pais
- Sexo (fêmeas apresentam taxa levemente superior de surdez)
A prevenção de surdez em dálmatas passa inevitavelmente pela importância da seleção genética. Práticas responsáveis de criação incluem a realização do teste BAER em todos os cães reprodutores e a não utilização de exemplares surdos ou com olhos azuis para procriação. Muitos criadores também priorizam o cruzamento com cães que apresentam manchas maiores, em vez de apenas pequenas pintas.
Vivendo com um Dálmata Surdo
Embora a surdez congênita possa parecer um grande desafio, dálmatas surdos podem ter vida normal e feliz com os devidos cuidados e treinamento. São cães inteligentes e com ótima capacidade de adaptação a comandos visuais e sinais por vibração, aprendendo rotinas e respondendo ao treino tanto quanto cães ouvintes.
Cuidados com dálmatas surdos incluem adaptações importantes, como:
- Uso de sinais com as mãos para comandos (como treinar dálmata surdo)
- Emprego de coleiras vibratórias para comunicação
- Ambientes seguros e cercados para exercícios
- Passeios sempre com uso de guia em espaços abertos
- Estabelecimento de sinais visuais para as rotinas diárias
Recomendações para filhotes surdos envolvem socialização cuidadosa, introdução desde cedo aos sinais visuais e estímulo positivo.
Perguntas Frequentes
Por que os dálmatas são mais propensos à surdez que outras raças?
Dálmatas possuem uma predisposição genética herdada, devido principalmente ao gene piebald extremo ligado à pelagem branca com manchas, afetando o desenvolvimento do ouvido interno.
A surdez em dálmatas é sempre bilateral?
Não. Cerca de 5-8% apresentam surdez bilateral (ambos ouvidos) e até 22% podem ser unilaterais (apenas um ouvido).
Quais sinais podem indicar que um dálmata é surdo?
Desatenção a sons, não responder ao nome, não se assustar com barulhos e não perceber sons ao dormir podem ser sinais de surdez.
Como é feito o diagnóstico de surdez em dálmatas?
O método mais confiável é o teste BAER, que pode ser realizado a partir das 5-6 semanas de vida.
Existe relacionamento entre olhos azuis e surdez em dálmatas?
Dálmatas com olhos azuis têm mais chance de surdez, especialmente comparados aos de olhos castanhos.
Dálmatas surdos têm qualidade de vida?
Sim. Com treinamento adequado, sinais visuais e ambiente seguro, vivem bem e felizes.
Como treinar um dálmata surdo?
É recomendado o uso de sinais com as mãos, vibrações e reforço positivo, adaptando rotinas de acordo com a limitação auditiva.
A surdez pode ser evitada com seleção genética?
A seleção de reprodutores não surdos e sem olhos azuis pode reduzir a incidência da surdez na raça.
Filhotes de dálmata podem ser testados cedo para surdez?
Sim, o teste BAER pode ser realizado entre 5 e 8 semanas, permitindo detecção precoce.
O comportamento do dálmata muda por causa da surdez?
Não necessariamente. Com estímulos adequados, eles se adaptam bem e podem ser tão ativos quanto cães ouvintes.






